O fato certamente tem apelo dramático — não é difícil imaginar o pessoal vestido mais ou menos como figurantes de 300 de Esparta (a batalha das Termópilas foi uns 100 anos mais tarde) parando de repente, cada guerreiro olhando para o céu e sentindo mais medo do que se passava lá em cima do que das lanças e espadas dos guerreiros do outro lado — mas sua importância pra a história da ciência é outro.
O eclipse de 28 de maio de 585 AEC (”Antes da Era Comum”; acho mais prático que “Antes de Cristo”; e, oras, o blog é meu) foi o primeiro a ser previsto; ou, ao menos, o primeiro cuja previsão foi registrada pela história.
Está em Heródoto, pode conferir.
O autor da previsão foi Tales de Mileto que, simbolicamente, pode ser considerado o primeiro cientista e, também, o primeiro filósofo (era o que Aristóteles dizia, ao menos).
Como se não bastasse a previsão, a ele também é atribuída a articulação do princípio básico da ciência: Todo fenômeno observável tem uma causa física. Ou, nas palavras de Sherlock Holmes: “O mundo é vasto o bastante para nós. Fantasmas são desnecessários”.
Abaixo, um mapa com os eclipses solares de cerca de 600 AEC, cortesia da Nasa:
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