Cariocas se mobilizaram para assistir ao espetáculo no céu, que acabou sendo um fiasco
(O Globo) O anúncio de que o “cometa do século”, batizado de Ison, poderá ser visto entre fins de novembro e início de dezembro nos céus do Rio fez os cariocas de mais de 30 relembrarem a visita do Halley, entre agosto de 1985 e agosto de 1986. Mais célebre cometa da História — o primeiro registro sobre sua existência é de 240 a.C. —, o Halley era aguardado com ansiedade no 11 de abril de 1986, quando, segundo os cientistas, estaria mais próximo da Terra. Praias e parques ficaram lotados. O Planetário do Rio recebeu dez mil pessoas na semana do cometa e a venda de lunetas e binóculos triplicou.
O resultado foi frustrante. Por causa da poluição e do excesso de luzes da cidade, o que se viu foi uma pequena mancha, quase imperceptível a olho nu. Além do mais, ao contrário do senso comum, um cometa não passa. Conforme, ele se aproxima da Terra, torna-se mais visível. Sem falar que o brilho e o tamanho da cauda dependem da proximidade com o sol. Em 1986, Halley estava muito afastado e, por isso, pareceu menor e menos brilhante.
Mas nem sempre o Halley apareceu de forma tão tímida. Em 1222, por exemplo, o imperador mongol Gengis Khan ficou tão impressionado ao ver o Halley que considerou-o sua estrela pessoal. O cometa deu-lhe forças para invadir a Europa, provocando a morte de milhares de pessoas.
Na aparição seguinte, em 1301, o Halley foi visto pelo pintor italiano Giotto, que o registrou em uma de suas obras, em cima da manjedoura de Jesus Cristo. Com isso, reforçou a tese de que, na verdade, a estrela de Belém, seria o cometa. Em 1986, a sonda espacial que fotografou o Halley bem de pertinho chamava-se Giotto.
Em sua penúltima aparição, em 1910, o Halley provocou histeria nos Estados Unidos. A informação de que a cauda do cometa continha substâncias tóxicas motivou um grupo religioso de Oklahoma a tentar sacrificar uma virgem para evitar a contaminação da atmosfera. A polícia, porém, impediu a realização do plano. E os gases tão temidos estavam muito diluídos no corpo celeste, não podendo, assim, causar qualquer dano ao planeta.
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