segunda-feira, 20 de julho de 2009

Vidas de astronautas depois da Lua são conturbadas

(Folha) Se há o que se pode chamar de típico "astronauta-que-andou-na-Lua", Edwin Eugene Aldrin Junior, o "Buzz" Aldrin, não é um deles.

Em 1969, o homem que ficaria conhecido pelo mundo pelo apelido em inglês, dado pela irmã mais nova, que pronunciava "brother" (irmão) como "buzzer" (zumbidor), foi o segundo da história a andar na superfície lunar.

Lançamento da missão Apollo 11; astronautas tiveram vidas conturbadas após retorno da viagem à Lua



Na década seguinte, sofreu de alcoolismo e depressão. Hoje, aos 79, ele aparece na mais recente propaganda da grife de luxo Louis Vuitton, gravou um rap com Snoop Dogg e é o rosto mais celebrado dos 40 anos da conquista da Lua. Caminho diferente escolheram os outros 11 homens que ostentam o mesmo título --alguns pararam na segunda fase, de problemas com vício e humor.

A começar pelo chefe da missão Apollo-11, Neil Armstrong, notadamente ausente das comemorações oficiais da efeméride. Aos 78, recluso na cidade de Lebanon, no Estado de Ohio, ele abandonou a Nasa e o giro comemorativo ao redor do mundo 13 meses depois da volta. Desde então, foge dos holofotes com o mesmo ímpeto com que Aldrin os persegue.

Nos últimos 40 anos, Armstrong deu duas entrevistas à TV. Numa delas, indagado sobre a experiência de andar na Lua, disse apenas: "Pilotos não têm um prazer especial em andar. Pilotos gostam de voar". Não que a fama o tenha abandonado: ele parou de dar autógrafos depois de descobrir que eram vendidos em leilões.

Mais tarde, processou uma empresa de cartões de aniversário por usar sua frase sobre "o pequeno passo"; depois, levou à Justiça o barbeiro que frequentava por vender seus cabelos. Na semana passada, o último cheque que ele deu antes de embarcar no Apollo-11, de US$ 10,50 [R$ 20], um pagamento de uma dívida ao então chefe da missão espacial da Nasa, foi leiloado por US$ 27,5 mil [R$ 53,1 mil].

Um virou senador (Harrisson Schmidtt, da última missão, a Apollo-17, de dezembro de 1972).

Outro virou ufólogo (Edgar Mitchell, da Apollo-14, de 1971). Vários morreram. Essas e outras histórias estão contadas em livros recém-lançados. São "Rocket Man" [Homem Foguete], o melhor deles, de Craig Nelson, "Voices From the Moon" [Vozes da Lua], de Andrew Chaikin, e "Magnificent Desolation" [Magnífica Desolação], autobiografia de Buzz Aldrin. É nela que o astronauta faz a pergunta: "O que um homem pode fazer como segundo ato depois de andar na Lua?"

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