segunda-feira, 24 de agosto de 2009

40 anos do homem na Lua

(Ronaldo Rogério de Freitas Mourão - O Povo) Numa primeira visão, a exploração da Lua pode parecer uma consequência natural do desenvolvimento da tecnologia espacial. De fato, possuindo meios astronáuticos capazes de uma viagem a outro corpo celeste, nada mais lógico do que procurar atingir aquele que se encontra mais próximo, como é o caso da Lua. Ao contrário do que sugere esta afirmativa, a conquista da Lua pelo homem não foi influenciada por fatores de aspecto puramente logístico e/ou astronômico. A exploração in loco é sempre mais vantajosa do que aquela feita através dos telescópios instalados na Terra. Não foi essa, porém, a razão que pesou na decisão dos governantes da URSS e dos EUA, as duas únicas superpotências capazes de gastar uma verdadeira fortuna (US$ 24 bilhões) para levar um homem à Lua.

Até julho de 1969, o único processo de estudo do nosso satélite era a sua observação a cerca de 400 mil quilômetros de distância. Assim, se os telescópios permitiam reduzir essa distância a algumas centenas de quilômetros, as camadas da atmosfera, com sua turbulência, representavam um obstáculo dificilmente ultrapassável. Além disso, era impossível proceder a qualquer exploração direta da sua superfície. A exploração da Lua por meio de sondas e naves removeu estes obstáculos.

Entretanto, não foram estes os reais motivos. Os principais fatores que entraram na consideração dos dirigentes soviéticos e norte-americanos foram motivações de ordem militar, tecnologia e científica.

Da Lua se poderia fazer o levantamento da Lua e a observação da Terra, com objetivo meteorológico ou militar. Todavia, convém lembrar que ao desenvolverem sua tecnologia de longo alcance, ou seja, uma balística espacial, as grandes potências estavam também se tornando aptas a atingir com seus foguetes, com maior precisão, qualquer ponto da superfície terrestre. Assim, os gastos para alcançar um objeto distante e móvel como a Lua seria compensada com sua aplicação na balística terrestre, cujos alvos são, em geral, os centros de defesa ou ataque inimigos.

Missão Apollo
Depois dos três últimos sucessos (Apollo 8, 9 e 10), os norte-americanos estavam preparados para o vôo triunfal da Apollo 11, uma das mais extraordinárias conquistas da humanidade. No dia 16 de julho, às 13h32min, no Centro Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida, o foguete Saturno 5, com seus três estágios e o veículo Apollo 11 se elevou majestosamente, queimando cinco toneladas de querosene e dez de oxigênio por segundo nos cinco motores do primeiro estágio. Na cabine Apollo 11, encontrava-se a tripulação composta de Neil A. Armstrong (39 anos), comandante da missão, Edwin Aldrin (39 anos), piloto do módulo lunar, e Michael Collins (39 anos), piloto do módulo de comando. Os dois primeiros andaram pela superfície enquanto o terceiro permaneceu na cabine.

Após a alunissagem, o repouso dos astronautas, previsto para 4 horas, não foi respeitado, pois, impaciente, Armstrong desejou sair da cabine o mais cedo possível. O centro de Houston, que orientou à distancia todo o vôo, suspendeu o repouso e permitiu que os astronautas saíssem da nave.

Ás 2h56min de 21 de julho de 1969, Armstrong colocou o seu pé esquerdo no solo lunar dizendo: “é um pequeno passo para um homem, mas um salto de gigante para a humanidade”.

Logo depois dos primeiros passos, uma ordem de Houston solicitou que apanhassem algumas amostras, para o caso de uma partida inesperada. Nas duas horas e dez minutos que permaneceram no solo lunar, Armstrong e Aldrin instalaram uma antena de comunicação, uma câmara de televisão, um sismógrafo para estudo dos abalos lunares, um painel aluminizado para estudo da radiação solar e um refletor de raios laser que permitiu ao Observatório de Lick determinar, duas semanas mais tarde, a distância do nosso satélite em 365 273,349km, com um erro de 90m, em virtude de imprecisões no cálculo do tempo.

Após a chegada em Terra, os três astronautas foram envolvidos em vestimentas de isolamento biológico e embarcados em um rebocador do qual foram transportados por via aérea até Houston, onde foram colocados em quarentena. Apesar de terem passado menos de duas horas pesquisando na superfície lunar, os astronautas da Apollo 11 conseguiram resultados notáveis: a análise das amostras recolhidas mostrou que a idade das rochas lunares situava-se entre 4,4 bilhões de anos, para as rochas mais velhas, e 3,7 bilhões de anos, para a maior parte de basalto.

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