terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Primeira Referência Aos Buracos Negros


(Infobservador / Cienctec) Os buracos negros são um dos objetos astronômicos mas interessantes, dificilmente se encontra alguém que não tenha curiosidade por eles.

Porém, quando foi que surgiu a ideia de sua existência?

Em geral se pensa que eles sejam entidades recentes cujo conhecimento começou no máximo em princípios dos anos 1900, mas não é assim.

Pois bem, vamos ler essa definição:

“Se realmente existem corpos na natureza cuja densidade não seja inferior a do Sol e cujo diâmetro seja mais de 500 vezes o diâmetro do Sol, sua luz não poderia chegar até nós...

Não dispomos da informação da luz, mas se qualquer outro corpo luminoso chegar perto seria possível inferir sua existência...com algum grau de probabilidade poderia se ver esses corpos girando...mas não seria fácil de explicar com qualquer hipótese o que estava acontecendo”.

“Se o semi-diâmetro de uma esfera de mesma densidade do Sol for superior ao seu diâmetro na proporção de 500 para 1, um corpo que caia desde uma altura infinita teria adquirido em sua superfície uma velocidade maior que a da luz, e por tanto é de se supor que a luz seria atraída pela mesma força em proporção a sua inércia, com os outros corpos, e toda a luz emitida desse corpo voltaria para ele devido a sua gravidade. Isso se supormos que a luz pode ser influenciada pela gravidade da mesma maneira que acontece com os objetos massivos”.

Mesmo que com um vocabulário rebuscado o que se tem é a definição de um buraco negro.

Quem e quando escreveu isso?

Isso foi escrito por um pesquisador inglês chamado John Michell em 1783.

A primeira parte da descrição é quase que uma descrição das estrelas girando ao redor de um buraco negro centrado na Via Láctea, porém 200 anos antes.

Michell era amigo de Henry Cavendish, e enviou uma carta que mais tarde foi publicada pela Royal Society, onde Michell explica a sua ideia.

No final dos anos 1700 as leis de Newton estavam bem esclarecidas e já se tinha o conhecimento de que para escapar de um objeto com muita massa era mais difícil do que escapar de um objeto menos massivo.

Por exemplo é mais fácil escapar da Terra do que de Júpiter.

Levando o pensamento ao extremo, objetos suficiente massivos não deixam nem a luz escapar.

Não se fala sobre objetos compactos como tratam as teorias modernas, mas a ideia estava no ar.

Porém foi necessário esperar até Albert Einstein em princípios dos anos 1900 para se ter um marco físico-matemático para ser analisado, e foi na década de 1960 que se começou a considerar esses objetos reais, e não mais apenas invenções matemáticas.

Atualmente esses objetos, algo diferente dos buracos negros (esses tem densidade que tendem ao infinito, ao contrário do que Michell disse sobre terem densidades normais como de uma estrela) são denominados as vezes de estrelas escuras.

Nada disso tira o mérito de Michell e só nos faz pensar que em toda a história existem personagens geniais e desconhecidos como John Michell.

Um comentário:

  1. Muito bom esse texto, informação nova para mim.
    http://daterraparaasestrelas.blogspot.com/

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