Buzz Aldrin, de 83 anos, participou da missão Apollo 11, em 1969. Ele palestrou na Campus Party, evento que acontece em São Paulo.
(G1) “Nunca vou saber por que Neil Armstrong foi o primeiro a pisar na Lua”, disse Buzz Aldrin, de 83 anos, companheiro de Armstrong e Michael Collins na missão Apollo 11, de 1969, e o segundo homem a pisar no satélite natural da Terra. Ele participou nesta terça-feira (29) da Campus Party, em São Paulo.
“Houve muita discussão nos 40 anos depois da missão sobre as razões de Armstrong ter sido o primeiro a pisar na Lua”, disse Buzz. “Pode ser porque ele era o comandante da missão ou porque ele estava mais perto da porta de saída. Eu nunca vou saber”, brincou. Buzz ainda contou que no momento de sair da nave, um dos itens que eles precisavam prestar atenção era não fechar a porta para não ficarem trancados do lado de fora, porque não havia maçaneta para abri-la depois.
Na Campus Party, Buzz contou sua história e falou sobre a depressão que enfrentou depois da missão Apollo 11. “O mais difícil depois de chegar à Lua era voltar para a Terra. Eu tinha alcançado o pico da minha carreira”, disse Buzz. Ele conta que depois que voltou para a Nasa, eles não sabiam o que fazer com um homem que já tinha ido para a Lua.
“Comecei a beber e entrei em depressão. Eu me tornei uma pessoa problemática. Foi um momento muito difícil na minha vida”, conta Buzz, que se divorciou naquela época pós-Lua. Ele foi aplaudido pela plateia que lotou o espaço do palco principal da Campus Party quando disse que já estava 34 anos sem beber.
Experiência na Lua
Buzz falou sobre sua experiência com um dos únicos homens a ter pisado na Lua. “Era uma desolação magnífica como seria para qualquer ser humano, pisar em outro mundo pela primeira vez. Tinha um sentimento de desolação, de ver aquela paisagem escura, sem vida”. Buzz ainda brincou sobre as pegadas que eles deixaram na Lua. “São evidências comprometedoras. Tenho que voltar lá para apagar”.
O momento mais crítico da missão era pousar na Lua, conforme Buzz. “Quando fomos descendo a nave em direção à Lua, vimos o Mar da Tranquilidade [região lunar onde os astronautas pousaram]. Era o momento mais crítico. Sem nosso pouso lá, não íamos conseguir concluir a missão.” Buzz ainda disse que, naquele momento, apesar de eles estarem tão longe e serem os homens mais distantes da Terra, sempre se sentiram conectados ao seu planeta. “Estávamos sempre conversando com Houston (no Texas).”
Na época da missão Apollo 11, o mundo estava vivendo a Guerra Fria. Depois do lançamento do satélite Sputnik 1, pela União Soviética, em 1957, começou a corrida espacial. Conforme Buzz, naquela época, os EUA começaram a estudar formas de levar o homem para a Lua e se chegou à conclusão que demoraria 15 anos para isso.
“Em vez de aceitar o que era possível, em 1961, o presidente John F. Kennedy desafiou a América a se comprometer com a ideia de colocar um homem na Lua até o fim da década e trazê-lo de volta”, contou Buzz. “Muitos achavam que esse desafio seria impossível de ser conseguido. Mas tínhamos um líder com determinação e coragem, que colocou um prazo específico para ser atingido. Ele nos não deu nenhuma alternativa. Era fazer ou fazer”.
Buzz gostaria que o mundo se empolgasse novamente com as explorações espaciais. “Os homens precisam explorar o espaço como fizemos há quase 44 anos”. Ele acredita que os jovens precisam gostar de estudar áreas como ciência, engenharia, matemática, para que a nova geração busque inovações.
“Por que precisamos de um programa espacial?”, questionou. “Chegando ao espaço, melhoramos a vida na Terra, com a criação de novas tecnologias, que melhoram nova vida diária”, disse. “Sem os investimentos espaciais, não existiram celulares e outros aparelhos”.
Agora, seu foco é Marte, que parece ser o próximo destino de um homem que já foi à Lua, conforme Buzz. Ele irá lançar um livro sobre missões à Marte em maio deste ano. “Estamos falando de múltiplas missões para chegar lá”, disse.
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