quarta-feira, 5 de junho de 2013

O "sputnik" que caiu em Ijuí

O estranho objeto, diante do diretor da Rádio Progresso, Décio Barrichello, e do radialista e político Wilson Mânica (com a gola escura). Foto: Alceu Feijó, arquivo pessoal


(Zero Hora) Quando os russos lançaram o Sputnik I, o primeiro satélite artificial colocado na órbita da Terra, no dia 4 de outubro de 1957, não só estavam dando a largada na corrida espacial disputada contra os americanos. O objeto, de 58 centímetros de diâmetro e 84 quilos, também provocou mudanças de comportamento pelo mundo afora.

Na virada dos anos de 1950 para os 60, dois fenômenos se tornaram comuns por aqui, mesmo nós estando tão longe dos EUA, e mais ainda da URSS. O primeiro: naquela época, todas as cadelas de estimação ganhavam o nome de Laika, em homenagem à involuntária tripulante (e vítima fatal) do Sputnik II, lançado em novembro de 1957. O segundo: virou mania olhar para o céu à procura de satélites – que, iluminados pela luz do sol, podiam ser vistos, a olho nu, durante a noite, em seu lento deslocamento ao redor do globo.

Provocado pelo amigo jornalista Aldo Renato Soares, nascido em Ijuí, indaguei do colega e conterrâneo dele Ademar Campos Bindé sobre um objeto que teria caído do céu, naquele município, no século passado. Bindé apurou e descobriu a história.

Os irmãos Bresolin – Dante, Paulo e Agostinho – lembram que olhavam para cima em busca de satélites artificiais quando viram uma bola de fogo cair relativamente perto de onde estavam. Muitas outras pessoas viram e, no dia seguinte, o tal objeto misterioso estava sobre uma mesa na Rádio Progresso, cercado de olhares curiosos.

Encontrado numa lavoura de abóboras, tratava-se de uma metade do que seria um satélite americano, e era o assunto em toda a região. Não se sabe exatamente a data (algo entre 1959 e 1961) e nem o paradeiro da peça. Diz a lenda que teria sido recolhida por gente do consulado norte-americano na Capital, enviada a Ijuí.

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