sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Há 56 anos, Sputnik era ignorado pelos soviéticos - e temido pelos EUA


(Terra) Tudo que ele fez foi um sinal sem significado especial, um "bip, bip". Mas, em 4 de outubro de 1957, isso foi o suficiente para dar início à corrida espacial entre a União Soviética e os Estados Unidos.

"Preparamos o lançamento do Sputnik sem muitas esperanças. Naquela época, nosso objetivo primordial era a preparação de um míssil de guerra", diz à AFP Boris Chertok, um dos criadores dos primeiros foguetes soviéticos R7 e colaborador de Serguei Korolev, pai do programa espacial soviético, no aniversário de 50 anos do lançamento.

O projeto surgiu após três testes com o míssil R7 falharem. Korolev então propôs transformar o míssil em um foguete e usá-lo para lançar um satélite artificial.​

O Sputnik tinha 58 centímetros, 83 quilos e quatro antenas. Os cientistas, contudo, não tinham meios de acompanhar se o satélite havia alcançado havia alcançado a órbita com êxito. Eles souberam do sucesso da missão apenas 100 minutos depois, quando o equipamento completou sua primeira órbita no planeta e enviou seu característico "bip, bip".

Na União Soviética, o Pravda (jornal oficial) deu pouco espaço para o lançamento. Nem nome ele tinha ("Sputnik" significa simplesmente "satélite" em russo). No Ocidente, contudo, ocorreu um alarde na imprensa com a "ameaça" militar representada pelo foguete.

Poucos dias depois, em 6 de outubro, o Pravda publicou uma reportagem na primeira página, com quatro colunas, na qual dizia que o lançamento foi um dos principais acontecimentos do século XX. Um mês após, pela primeira vez um animal era enviado ao espaço: a cadela Laika.

"Em 100 minutos e uma volta ao redor da Terra, o Sputnik deu à URSS mais prestígio que quatro décadas de propaganda", diz Pierre Baland no livro De Spoutnik à la Lune: L'histoire secrète du programme spatial soviétique ("Do Sputnik à Lua: a história secreta do programa espacial soviético").
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E mais:
Aniversário do Sputnik (AstroPT)

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