quarta-feira, 16 de julho de 2014

#Apollo45

(Mensageiro Sideral - Folha) Em 20 de julho de 1969, Neil Armstrong e Buzz Aldrin se tornaram os primeiros seres humanos a caminhar na superfície da Lua. “Um pequeno passo para um homem, um gigantesco salto para a humanidade”, definiu Neil na ocasião, ao marcar sua primeira pegada no empoeirado solo lunar. Agora, para celebrar os 45 anos desse evento histórico, Aldrin usa as redes sociais para convocar literalmente a humanidade inteira, e várias celebridades resolveram ajudá-lo. Ele quer saber: onde você estava quando tudo aconteceu? Como a missão da Apollo 11 inspirou e inspira você até hoje?

Entre os famosos que ajudaram a lançar a campanha e cederam depoimentos estão os atores Tom Hanks e John Travolta, o astrônomo Neil deGrasse Tyson, o empresário Richard Branson, o cantor Bryan Adams e o diretor J.J. Abrams. Você pode ver o que eles têm a dizer sobre a Apollo 11 no vídeo abaixo. E, para participar da festa, tudo que você precisa fazer é publicar texto, vídeo ou áudio nas redes sociais (Facebook, Twitter, YouTube, Google+), usando a hashtag #Apollo45.



Lá se vai quase meio século e é bem provável que você, que está lendo isso, nem houvesse nascido quando o módulo Eagle realizou sua alunissagem. Eu mesmo não havia nascido! Mas é óbvio que as missões Apollo me inspiram, como devem inspirar todos aqueles que se animam com o ímpeto humano de desafiar seus próprios limites. Naquelas viagens realizadas entre 1969 e 1972, impulsionadas por uma ferrenha competição geopolítica, ficou provado que nossa espécie não está presa a seu pequeno cantinho do cosmos. Podemos — e devemos — ousar sonhar com um futuro em que a humanidade constituirá uma civilização multiplanetária.

Infelizmente, essas lições em bravura e audácia vão lentamente se esvaindo da memória coletiva de nossa sociedade. Na época, todos acompanharam o passo-a-passo do Projeto Apollo, desde o discurso de Kennedy em 1961, que lançou o desafio, até o “pequeno passo”, em 1969. Testemunharam a ferrenha competição entre Estados Unidos e União Soviética pela hegemonia global, e a importância política de concluir com sucesso o projeto de conquista lunar. Astronautas chegaram a dar suas vidas por esse objetivo.

Hoje, em meio à névoa do esquecimento, há quem duvide do que aconteceu durante os quatro anos, entre 1968 e 1972, em que ousamos despachar seres humanos para as imediações da Lua. “Fraude!”, gritam alguns malandros oportunistas. “Impossível!”, esbravejam outros desinformados. Parece haver um prazer perverso em desacreditar a capacidade humana, ou talvez meramente cultivar um sentimento antiamericano, o que impede alguns de aceitar os fatos históricos, mesmo que existam provas e mais provas de que as missões Apollo de fato aconteceram.

O problema todo é que as viagens à Lua deixaram de ser assunto da aula de ciências para se tornar matéria de história. Muitos se perguntam por que ninguém repetiu a façanha depois de 1972, mesmo com todo o avanço tecnológico construído desde então, sem se dar conta de que, após o sucesso inicial, não havia mais motivação política ou econômica para novas viagens — que custavam uma fortuna naquela época e continuam sendo caríssimas agora. Mas esse desinteresse por um retorno à Lua não vai durar para sempre. Aliás, desconfio que já tenha acabado.

Meses atrás, os russos declararam sua intenção de montar uma base lunar na década de 2030. Os chineses estão paulatinamente construindo seu programa lunar e duvido que não coloquem um homem lá num horizonte de 15 anos. Os indianos também já declararam esse objetivo, assim como os europeus. Ironicamente, só os americanos são reticentes, com medo de parecerem estar meramente reconstruindo as glórias do passado. Mas é inevitável que até mesmo eles entrem na dança.

Em algumas décadas, vamos nos estabelecer na Lua. Depois, em Marte. E o começo de tudo terá sido o Projeto Apollo, o gigantesco salto para a humanidade. O Mensageiro Sideral saúda os pioneiros de ontem, hoje e amanhã, os verdadeiros construtores do futuro humano no cosmos.

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