segunda-feira, 8 de setembro de 2014

História da observação astronômica - Parte 2

(Dermeval Carneiro - O Povo) A história da Astronomia, sem dúvida nenhuma, passa pelos povos antigos da Mesopotâmia. Dentre esses povos, um dos mais antigos são os sumérios. Eles desenvolveram a escrita cuneiforme por volta de 3500 a 3000 a.C. A astronomia praticada pelos sumérios foi da mais alta importância para a sofisticada astronomia babilônica. Também foi com os sumérios que começou a prática de se dividir o círculo em 360 graus e cada grau com 60 minutos.

Podemos dar o crédito de “Fundadores da Astronomia” aos sumerianos, apesar de também serem conhecidos como os “Criadores da Astrologia”. De fato, inicialmente, eles faziam observações astronômicas por motivos místicos. Mas, com o passar dos anos, abandonaram as práticas místicas e passaram a fazer observações dos astros de forma mais sistemática. Com isso, eles passaram de astrólogos a astrônomos. Essa mudança no método das observações astronômicas dos sumerianos ocorreu por volta do primeiro milênio antes de Cristo e foi da mais alta importância, pois com ela veio o uso da matemática e, dessa forma, a explicação para as mudanças nos movimentos da Lua e dos planetas. Com a introdução da matemática na Astronomia, a ciência na Mesopotâmia teve um avanço extraordinário e deixou uma grande legado para os babilônios.

As antigas atividades dos astrônomos babilônios foram observações sistemáticas de fenômenos importantes e que eles também consideravam presságios, pois eram eles sacerdotes e escribas especialistas em astrologia. Foram os astrônomos da Babilônia que criaram os primeiros catálogos de estrelas conhecidos, isso por volta de 1530 a 1150 aC.

Um importante exemplo da astronomia dos babilônios, são os registros das observações do planeta Vênus, feitas numa tábua de argila chamada de “Tábua de Vênus de Ammisaduqa”.

Os Egípcios antigos também fizeram grandes contribuições na Astronomia, foram eles os primeiros a fazerem um mapa das estrelas por volta do ano 1500 aC. Como inventores da Geometria, eles desenvolveram a Astronomia, Medicina e a Engenharia, com grande destaque na Arquitetura.

Um dos maiores legados dos egípcios na área da Arquitetura é, sem dúvida, a construção das grandes pirâmides de Gizé, localizadas no planalto de Gizé, que fica próximo a Cairo - capital do Egito.

A espantosa precisão do alinhamento dessas pirâmides com os quatro pontos cardeais, ainda hoje incomoda os arqueólogos que discutem como eles fizeram isso há cerca de 4.500 anos com tanto acerto. Alguns acreditam que a posição das pirâmides no planalto de Gizé é uma representação da constelação do Órion.

Do conjunto dessas pirâmides, a mais importante delas é a “grande pirâmide”, conhecida como pirâmide de Quéopes ou Kofu, que é maior do que as outras duas: Quéfren e Miquerinos.

Com base nas observações astronômicas e nas enchentes do rio Nilo, os egípcios desenvolveram um calendário com um ano de 365 dias, agrupados em 12 meses de 30 dias.

A observação astronômica foi evoluindo ao longo dos séculos. Os chineses não aceitavam que o céu era imutável e sustentavam que novas estrelas podiam surgir. Foram eles os primeiros a observar e registrar a Supernova SN 185, no ano 185 d.C.

O fenômeno astronômico mais brilhante registrado na história foi a observação da Supernova SN 1006 (SN significa Supernova, 1006 o ano da observação), feita pelo astrônomo egípcio Ali ibn Ridwan no ano 1006, também observado por astrônomos chineses.
A SN 1054, que originou a nebulosa do caranguejo, foi observada no ano 1054 por astrônomos chineses e islâmicos.

Na época medieval, astrônomos islâmicos construíram os primeiros observatórios e vários instrumentos usados para pesquisa e cálculo das posições das estrelas. Com isso veio a produção de catálogos estelares, com a designação de nomes árabes a várias estrelas, a descoberta de novas estrelas, aglomerados estelares e galáxias.

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