sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Explosão da Challenger faz 25 anos

Catástrofe foi a primeira a ser acompanhada ao vivo pela televisão

(AP / iG) Há 25 anos, as imagens da explosão da nave espacial Challenger chocaram o mundo. O acidente ocorrido em 28 de janeiro de 1986 continua sendo o fracasso mais emblemático do programa espacial americano. Foram apenas 73 segundos de voo, seguidos pela explosão em cima do Oceano Atlântico.

Foi a primeira catástrofe acompanhada ao vivo pela televisão. De suas casas, crianças acompanharam a tragédia da tela de suas TVs, na manhã que deveria ser marcada para celebrar a primeira ida ao espaço de um civil, Christa McAuliffe, uma professora de New Hampshire de 37 anos.

Mas não havia o que comemorar. Christa e os outros seis tripulantes do ônibus espacial morreram em frente às câmeras.

“Foi um verdadeiro choque que acometeu o país e o mundo”, disse nesta semana June Scobbe Rodgers, esposa do comandante do ônibus espacial, Dick Scobee. “As pessoas presenciaram a perda da Challenger de suas televisões”, disse.

Segurança rudimentar
Um dos anéis de vedação no tanque externo de combustível sólido da nave se rompeu logo após o lançamento, causando um incêndio seguido de explosão.

O compartimento onde estava a tripulação subiu como uma bola de fogo, intacto, e continuou subindo por mais cinco quilômetros antes da queda. A queda livre durou mais de dois minutos. Investigações posteriores mostraram que provavelmente boa parte da tripulação ainda estava viva durante este tempo -- o impacto com a água é que foi o golpe final.

Não havia nenhum paraquedas para desacelerar a descida e nenhum sistema de ejeção. A Nasa havia ignorado esses procedimentos de segurança durante o desenvolvimento e fabricação da Challenger. A viagem espacial foi considerada tão corriqueira, que os sete tripulantes da espaçonave usavam apenas macacões azuis e capacetes de motoqueiro para a decolagem.

Após o acidente, uma comissão de investigação ligada à Casa Branca descobriu que as causas da tragédia foram falha na inspeção dos equipamentos, aliada à pressão para que o lançamento acontecesse dentro do cronograma previsto pela agência espacial.

"A tripulação do ônibus espacial Challenger nos honrou pela maneira em que viveram suas vidas", disse Ronald Reagan, na época presidente dos Estados Unidos, em um pronunciamento. "Nós nunca iremos esquecê-los, e também não esqueceremos a última vez que os vimos, nesta manhã, quando se preparavam para a viagem e acenaram e abandonaram os cruéis limites da Terra para tocar a face de Deus".

A Nasa lançou com segurança outras 24 naves ao espaço, após a catástrofe da Challenger. Dezessete anos depois, mais sete astronautas morreram, no fim de sua missão a bordo do ônibus espacial Columbia. Em vez de foguetes propulsores de lançamento e tempo de congelamento, a culpa foi o tanque de combustível de espuma. No entanto, as semelhanças entre Challenger e Columbia são assombrosas: Outra tripulação multiétnica morreu, decisões infelizes, muita intolerância na cultura de trabalho, e uma enorme pressão para que o lançamento ocorresse.

Na mesma semana que a Nasa relembra o 25º aniversário do desastre da Challenger, o ônibus espacial Discovery segue em terra após sucessivos lançamentos serem cancelados por causa de problemas no tanque de combustível.

A agência espacial americana espera conseguir lançar a Discovery em fevereiro. A nave Endeavour, substituta da Challenger, seguirá em abril. Ela será lançada com ou sem o comandante Mark Kelly, marido de Gabrielle Giffords, congressista baleada no atentado de Tucson, Arizona, em 8 de janeiro deste ano. A Atlantis deverá encerrar o programa de 30 anos de ônibus espacial, com um vôo entre junho e setembro deste ano.
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