(Correio Braziliense) É incrível imaginar que, mesmo sem lentes de aumento, os primeiros astrônomos observaram o movimento das estrelas e detectaram planetas. A olho nu, os cosmólogos primitivos construíram observatórios e desenharam atlas espaciais. Porém, por mais que o céu do passado fosse muito mais fácil de se observar — sem prédios, luz elétrica, nem poluição —, o homem não se contentou com o que via. Para ir além, inventou instrumentos que o permitiu chegar mais perto do espaço.
Primeira astrônoma brasileira, Sueli M. M. Viegas explica no livro No coração das galáxias que o olho capta pouca luz devido à sua pequena área coletora. Além disso, o órgão “carrega” a imagem rapidamente, mas não consegue armazená-la por longos períodos. A capacidade óptica natural é suficiente para registrar o cotidiano terrestre, mas incapaz de detectar objetos poucos luminosos a distâncias extraordinárias.
Com o desenvolvimento da matemática, nasceram os primeiros instrumentos astronômicos, como o astrolábio e o quadrante, que mediam a altura das estrelas, ajudando na navegação. A paternidade do telescópio é polêmica e, embora associada ao italiano Galileu Galilei, esse crédito não é dele. No século 12, já se usavam óculos e, em 1608, o oculista flamengo Hans Lippeershey aproveitou o conhecimento dessa tecnologia para construir o primeiro telescópio. No ano seguinte, Galileu fez seu próprio equipamento, com poder de aumento de três vezes.
Desde então, o Universo se aproximou da humanidade. Hoje, os supertelescópios em Terra, como o Very Large Telescope (VLT), conseguem vasculhar a radiação emitida pelos primeiros momentos do Cosmos, revelando estruturas da época em que o mundo ainda engatinhava. No espaço, o Hubble resolveu o problema da distorção da atmosfera e, a 569km da superfície terráquea, revolucionando a astronomia. Seu sucessor, o Telescópio Espacial James Webb, que deverá ser lançado na próxima década, é 100 vezes mais poderoso. Com sua capacidade de observar objetos em infravermelho, o que possibilita detectar objetos até agora invisíveis, o Webb, de acordo com a Nasa, tem uma missão nada modesta: “Revelar a resposta para alguns dos maiores mistérios da astronomia”.
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