segunda-feira, 25 de agosto de 2014

História da observação astronômica - parte 1

"Da mais remota época aos dias atuais, o firmamento estrelado tem sido usado como mapas"

(Dermeval Carneiro - O Povo) Na coluna de hoje vamos premiar nosso leitor dando início a uma série de artigos nos quais pretendemos mostrar, de forma resumida, a história da Astronomia desde os primeiros registros pré-históricos até os moderníssimos telescópios voadores; passando pelos observatórios de pedra do Período Neolítico, os atuais observatórios gigantes instalados na Terra e os que estão sendo projetados para instalação nos próximos anos.

Todos sabemos que a Astronomia é a mais antiga das ciências. Várias escavações e descobertas arqueológicas mostraram evidências de observações astronômicas feitas pelos povos pré-históricos. Da mais remota época aos dias atuais, o firmamento estrelado tem sido usado como mapas, calendários e relógios. Os chineses, babilônios, sumérios, assírios e egípcios foram os povos que fizeram os registros astronômicos mais antigos de que se tem notícia – datam de cerca de 3.000 a.C.

Para alguns historiadores, foram os antigos habitantes da Mesopotâmia os criadores da Astronomia. (Mesopotâmia era região que ficava entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio, onde, atualmente, fica o Iraque) Entre esses antigos habitantes estavam os Sumérios, Assírios e Babilônios.

Se formos buscar a origem da Astronomia com base na Arqueoastronomia (ciência que estuda a Astronomia praticada pelos povos pré-históricos), vamos remontar ao Período Neolítico (Idade da Pedra). Os povos dessa época notaram as mudanças periódicas de vários objetos e fenômenos celestes. Foi através da observação astronômica que o homem aprendeu a se organizar em grupos, e também organizar seu tempo, criando calendários facilitando o surgimento da economia na regulagem sazonal das práticas agrícolas.

Com as escavações arqueológicas e pesquisas no âmbito da Arqueoastronomia, foram descobertos vários instrumentos e sítios megalíticos; dentre eles, destacam-se o círculo de Stonehenge, na Inglaterra, e o Círculo de Goseck, na Alemanha. Mais recentemente, no século XX, foram encontrados instrumentos astronômicos muito antigos, tais como: o Disco de Nebra e a Máquina de Anticítera.

O CÍRCULO DE STONEHENGE. Uma estrutura de pedra da idade do bronze, localizado na Inglaterra. Foi construído há cerca de 2.500 a.C. Existem várias explicações para sua origem e funções. Pesquisas em Arqueoastronomia indicam que essa estrutura, um alinhamento megalítico, era utilizada pelos povos neolíticos como observatório astronômico - um observador posicionado no seu interior pode determinar com precisão as datas dos Solstícios e Equinócios, que são eventos astronômicos que anunciam as mudanças das estações do ano. Pesquisadores notaram que algumas pedras estão alinhadas com o nascer e o pôr do Sol no início do verão e do inverno.

A MÁQUINA DE ANTICÍTERA. Há cerca de 100 a.C. os Gregos inventaram essa máquina. Feita de bronze com tamanho de aproximadamente 20cm. Ela foi encontrada em 1901, na ilha grega de Anticítera, em um navio afundado em torno do ano de 65 a.C. Essa máquina calculava com precisão as posições do Sol e da Lua em vários períodos, era uma calculadora astronômica. Quando a encontraram, achavam que ela tinha sido inventada em 1575. É considerada por alguns como o 1º computador da história.

O CÍRCULO DE GOSECK. Sítio arqueológico encontrado na região de Weissenfels, Alemanha. É considerado o mais antigo observatório solar da Europa e o mais antigo templo da Europa Central. Resíduos de cerâmica encontrados no local facilitaram a datação da construção do sítio, que é de cerca de 4.900 a.C.

O DISCO DE NEBRA. Feito em bronze com aplicações em ouro, é talvez o mais importante achado arqueológico de nossa época. Esse disco é considerado como a mais antiga representação do céu estrelado de que se tem notícia. De acordo com dados das escavações, acredita-se que ele foi feito por volta de 2.000 a.C. e enterrado em 1600 a.C. O disco foi encontrado nas escavações de 1999, em uma câmara de pedra em Mittelberg, próximo à cidade de Nebra, na Alemanha.

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