segunda-feira, 22 de setembro de 2014

História da observação astronômica - Parte 3



(Dermeval Carneiro - O Povo) Continuando com a história da observação astronômica, destacamos que os registros de observações astronômicas sistemáticas feitos pelos sumérios, assírios e babilônios – antigos habitantes da Mesopotâmia, promoveram o surgimento da Astronomia no mundo Ocidental.

Do outro lado, no mundo Oriental, as observações astronômicas feitas pelos astrônomos chineses há cerca de 3 mil anos eram precisas e importantes para o dia a dia do povo chinês. Eles deixaram um grande legado com registros precisos de eclipses, cometas e meteoritos.

E os gregos antigos?

É inegável que o ápice da ciência antiga ocorreu na Grécia entre
os anos 600 a.C. e 400 d.C. O nível de conhecimento dos gregos dessa época foi de modo importante que somente foi superado com o Renascimento no século XVI.

Com os conhecimentos astronômicos herdados de povos mais antigos, os gregos tiveram as primeiras concepções de Esfera Celeste. A primeira ideia era uma esfera incrustada de estrelas com a Terra no centro. Observando que as estrelas giravam em torno de um ponto fixo no céu, eles acreditavam que essa esfera celeste girava em torno de um eixo que passava pela Terra.

Os astrônomos gregos
As bases da Geometria e Astronomia foram trazidas do Egito por Tales de Mileto (624-546 a.C.). Existem relatos de que, em uma de suas viagens, o grande matemático e astrônomo chegou a impressionar o Faraó ao medir a altura das pirâmides, usando uma vara vertical e a sombra da mesma projetada no solo.

A Tales de Mileto é creditado como o primeiro astrônomo a explicar o eclipse do Sol.

Pitágoras de Samos (572-497 a.C.) foi o primeiro a chamar o céu de cosmos (palavra que também significa universo). Pitágoras acreditava que a Terra, Lua, planetas e os outros corpos celestes eram esféricos e defendia que o Sol, a Lua e os planetas eram carregados por esferas diferentes daquela que transportava as estrelas.

Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.) explicou as fases da Lua e os eclipses e afirmou que o universo é finito e esférico. Heraclides de Pontus (388-315 a.C.) defendeu a existência dos epiciclos, que Vênus e Mercúrio orbitavam o Sol e que a Terra girava em torno do seu eixo. Já Aristarco de Samos (310-230 a.C.) antecipou-se a Copérnico em quase 2 mil anos, quando defendeu o heliocentrismo com a Terra girando em torno do Sol. O grande geômetra inventou um método para calcular as distância do Sol e da Lua à Terra e determinou os tamanhos relativos da Terra, do Sol e da Lua.

Eratóstenes de Cirere (276-194 a.C.) foi diretor da Biblioteca Alexandrina entre 240 a.C. a 194 a.C. Ele realizou um dos mais importantes trabalhos de astrometria – foi o primeiro a medir a circunferência da Terra. A notável experiência foi inspirada na observação dos diferentes comprimentos da sombra de um bastão vertical colocado no mesmo dia e horário em cidades diferentes: um na cidade egípcia de Siena (hoje Asuan) e outro em Alexandria.

Hiparco de Niceia (160-125 a.C.) construiu um observatório na ilha de Rodes e é tido como o maior astrônomo da era pré-cristã. Com suas observações astronômicas entre os anos de 160 e127 a.C., ele elaborou um catálogo com coordenadas e magnitude de 850 estrelas. Hiparco mediu a duração do ano com uma margem de erro de apenas seis minutos e também determinou que a Lua está a uma distância de 59 vezes o raio da Terra, o valor correto é 60.

Claudius Ptolemaeus (85-165 d.C.) é responsável pelo o que é considerado como a maior fonte de conhecimentos de Astronomia na Grécia – o Almagesto, uma coleção de 13 volumes sobre Astronomia. Sua contribuição mais importante foi a concepção geométrica do Sistema Solar geocêntrico, com círculos e epiciclos que permitiam a previsão, com certa precisão, dos movimentos planetários. Esse modelo foi usado até o século XVI com o surgimento do Renascimento. Ptolomeu foi o último astrônomo importante da Grécia antiga.

É inegável que o ápice da ciência antiga ocorreu na Grécia entre os anos 600 a.C. e 400 d.C.

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