quinta-feira, 16 de julho de 2009

Contra-ataque dos EUA à URSS, lançamento da Apollo 11 completa 40 anos

(Folha) Até julho de 1969, os norte-americanos haviam perdido praticamente todas batalhas espaciais para os russos, que foram os primeiros a enviar um satélite artificial ao espaço, a colocar um ser vivo em órbita, a fazer uma missão espacial tripulada e a mandar uma sonda para a Lua. No dia 16 daquele mês, precisamente às 10h32 no horário de Brasília, os Estados Unidos lançavam a nave Apollo 11, com três astronautas a bordo. A missão: entrarem para a História como os primeiros homens a pousar na Lua.

Apesar de representar um avanço científico, o tema foi tratado como um tema político importante, no contexto da Guerra Fria que opunha os EUA e a União Soviética. "Se a missão, chamada Apollo 11, for bem-sucedida, o homem vai realizar seu grande sonho de andar em outro corpo celestial", escreveu a Nasa (agência espacial americana), no comunicado à imprensa antes do lançamento.

A bordo da nave, além dos astronautas Neil A. Armstrong (comandante da missão), Michael Collins e Edwin E. Aldrin Jr., também viajou uma placa com um mapa da Terra e a assinatura do então presidente Richard Nixon. Dizia: "Aqui homens do planeta Terra colocaram pela primeira vez os pés na Lua; Julho de 1969; Nós viemos em paz por toda a humanidade".

Apollo 11 foi lançada da Flórida, nos EUA, com três astronautas a bordo


Houve quem desconfiasse da real importância do feito. "Realmente não é um momento mais importante do que assistir a uma apresentação de trapézio na tenda de um circo", afirmou a conceituada revista "New Scientist", em editorial publicado após o feito norte-americano. Para a revista, missões tripuladas na Lua significavam desperdício --neste ano, em novo texto, a revista se desculpa e reconhece o mérito da conquista.

Contra-ataque
O lançamento da Apollo 11 ocorreu oito anos após o presidente John Kennedy, reconhecendo que a União Soviética estava à frente na corrida espacial, ter determinado que os Estados Unidos trabalhassem para que o homem chegasse à Lua até o fim da década de 60.

"É a hora de fazer progressos maiores, hora de um grande empreendimento americano, hora de esta nação tomar uma posição clara de liderança em conquistas espaciais, o que de várias formas deve ser a chave para o nosso futuro na Terra", afirmou Kennedy, em mensagem enviada ao Congresso em 1961, como pedido do aumento de verbas para a área.

O programa Apollo, entretanto, não ocorreu sem percalços. Depois das naves Mercury, na qual o primeiro norte-americano --Alan Shepard-- conseguiu ir ao espaço, e Gemini, na qual os astronautas dos EUA fizeram sua primeira caminhada espacial, o primeiro modelo Apollo foi marcado por uma tragédia.
Da esq. para dir.: Edward White, Virgil Grissom, e Roger Chaffee, a tripulação da Apollo 1

No dia 27 de janeiro de 1967, durante um teste com a Apollo 1, houve um incêndio no interior da nave, matando três astronautas: Gus Grissom, Edward H. White e Roger B. Chafee.

"Os resultados [das investigações] revelaram inúmeras falhas envolvendo o processo de desenvolvimento e de produção da nave. Muitas das falhas constatadas durante os testes não foram corrigidas adequadamente pelo fabricante. E eram inúmeras, várias", conta o pesquisador Elbert Macau, no livro "Conquista do Espaço: Do Sputnik à Missão Centenário", organizado por Othon Cabo Winter e Antonio Fernando Bertachini de Almeira Prado.

Edwin Aldrin prepara sanduíche em situação de gravidade zero

Enfim, Lua
Depois do choque causado pela tragédia, a Nasa voltou a realizar testes com as naves Apollo, em uma estratégia progressiva de lançamento, viagem e entrada na órbita da Lua, até que a agência se sentisse segura para a missão definitiva de chegada ao satélite.

Às 10h32 do dia 16 de julho de 1969, a nave Apollo 11, impulsionada pelo foguete Saturno V, foi lançada da plataforma 39 do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, rumo à Lua. O veículo espacial era dividido em duas partes, o Módulo de Comando e Serviço, chamado Columbia, e o Módulo Lunar, apelidado de Eagle.

O primeiro continha o centro de controle da nave e os elementos que permitiam a vida dos três astronautas no espaço --o módulo de comando, que integra esse sistema, foi o único a reentrar na atmosfera, de volta à Terra. Já o Módulo Lunar, com capacidade para dois tripulantes, foi o que efetivamente pousou no solo do satélite. Na órbita da Lua, as duas partes se separaram e depois voltaram a se unir.

Depois de quatro dias de viagem, o Eagle, com Neil Armstrong e Edwin Aldrin a bordo, pousa na Lua. Às 23h56, como já estava estabelecido, Armstrong dá o primeiro passo de um homem na Lua.

Nenhum comentário:

Postar um comentário