terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Há 371 anos, morria um dos "gigantes" da história da ciência



(Terra) “Se vi mais longe, foi por estar de pé sobre os ombros de gigantes”, disse certa vez Isaac Newton, considerado um dos mais importantes - senão o maior cientista de todos os tempos. Certamente o mais conhecido "gigante" a quem o britânico se referia, Galileu Galilei morria há exatamente 371 anos, quase um ano antes de Newton nascer.

Galileu nasceu em 15 de fevereiro de 1564, em Pisa, na Itália. Filho de um músico, estudou medicina e foi professor de matemática - era um típico intelectual renascentista, que se arriscava por diversas áreas do conhecimento. Foi pai de diversas invenções e, certamente, a mais famosa foi seu telescópio.

Foi em 1609 que o italiano ouviu falar de um instrumento criado pelo holandês Hans Lipperhey e que permitiu ver à distância. Galileu construiu sua primeira luneta com um aumento de três vezes e a aperfeiçoou ao longo do tempo, conseguindo aumentar até 30 vezes. Além disso, ele notou a importância de fixar o objeto no chão para permitir registrar posições com exatidão.

De 7 a 15 de janeiro de 1610, descobre quatro luas de Júpiter (que depois foram chamadas de "galileanas"). A princípio, ele achou ter visto três estrelas perto do planeta gigante. No dia seguinte, as estrelas pareceram ter se movido no caminho errado. Depois de alguns dias, ele notou que as "estrelas" nunca deixavam a vizinhança de Júpiter. Ele conclui que observava corpos planetários e era uma prova de que nem tudo girava ao redor da Terra.

Suas descobertas são publicadas, em 1610, no livro Siderius Nuncius, que recebeu apoio de Johannes Kepler (outro "gigante" de Newton) após ser desacreditada por cientistas da época. Não levou muito tempo para que Galileu mostrasse que Vênus orbitava o Sol, e não a Terra. Ele ainda argumentou que a existência de manchas solares mostra que o Sol tem rotação.

O italiano reunia, assim, dados suficientes para derrubar a teoria geocêntrica. Mas a Inquisição não gostou da ideia. Após análise de seu livro sobre as manchas solares, o cardeal Bellarmino lê a sentença do Santo Ofício em de fevereiro de 1616, na qual proíbe o italiano de difundir a teoria heliocêntrica.

Em 1623, o cardeal Maffeo Barberini era eleito papa com o nome Urbano VIII. Amigo de Galileo, o liberou no ano seguinte a escrever sobre a teoria heliocêntrica, desde que fosse tratada como hipótese matemática.

Em 1630, ele publica um novo livro que reafirma o heliocentrismo. O papa cede às pressões e envia o caso à Inquisição. Em 22 de junho de 1633, Galileu Galilei, aos 70 anos, foi condenado por heresia e à prisão em sua residência, em Arcetri. Lá o italiano ficou até sua morte.

Foi somente em 31 de outubro de 1992 que um papa reconheceu que a condenação de Galileu foi um engano. "O erro dos teólogos da época, quando mantinham a centralidade da Terra, era o de pensar que o nosso entendimento da estrutura física do mundo era, de algum modo, imposto pelo sentido literal da Sagrada Escritura", afirmou João Paulo II na época.

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