segunda-feira, 20 de outubro de 2014

História da observação astronômica - Parte 5


(Dermeval Carneiro - O Povo) Dentre os povos que viveram na região mesoamericana e outras regiões da Cordilheira dos Andes na época pré-colombiana, como os Mais e os Incas - os quais já explanamos no artigo anterior -, outro povo que também teve destaque na astronomia foram os Astecas. O grande império Asteca teve seu apogeu de desenvolvimento entre os séculos XIV e XVI, infelizmente interrompido com a queda de sua capital Tenochtitlán (região próxima à atual Cidade do México), que foi invadida e exterminada no ano de 1521 pelos espanhóis e seus aliados.

É inegável o legado dos Astecas para o povo mexicano: ciências, artes, engenharia, medicina, astronomia, matemática, cultura de modo geral e muitas técnicas agrícolas; além da própria origem do povo e do nome ”México”. Na época deles, os homens eram obrigados a ter educação, dentre elas, a da escola Calmecac, que tratava de assuntos ligados a astronomia, política, religião e escrita. Desenvolveram um sistema de numeração que incluía o “zero”, tal como os Maias, o que facilitou em muito nas grandes edificações como os templos, a grande Pirâmide do Sol e a Pirâmide da Lua.

No campo da astronomia, um dos principais destaques dos Astecas é a construção da famosa “Pedra do Sol” (também conhecida como Calendário Asteca- esculpida em 1479 no domínio do imperador Axayacatl), uma construção de medidas monumentais que continha símbolos que representavam os dias e os meses do calendário mexicano. Eles possuíam dois calendários que foram desenvolvidos com base nas observações astronômicas do planeta Vênus, movimento de rotação da Terra em torno do Sol e da Lua em torno da Terra. Um dos calendários tinha 365 dias de duração e era usado para os eventos sociais do império. Nesse calendário, havia um ciclo que coincidia a cada 52 anos.

E veio o Renascimento...
A ciência nasceu nas ilhas Jônicas, entre os séculos 600 e 400 a.C.. Carl Sagan, no seu trabalho Cosmos, referindo-se a essas ilhas gregas diz: “foi aqui que surgiu a grande ideia de que era possível entender o mundo sem a hipótese divina. Que deveria haver princípios, forças, leis naturais por meios das quais o mundo podia ser entendido sem atribuir a queda de cada pardal à intervenção direta de Zeus. Este é o lugar onde a ciência nasce. (...) Tales trouxe da Babilônia e do Egito as sementes das novas ciências: a astronomia e a geometria, ciências que iriam brotar e crescer no solo fértil das ilhas Jônicas”.

Vários séculos depois veio a Idade Média, e com ela o quase colapso do desenvolvimento científico na Europa ocidental durante cerca de mil anos. Mas veio o renascer! O Renascimento fez o resgate de referências culturais da antiguidade clássica, promovendo fortes efeitos na filosofia, nas ciências e nas artes.

No âmbito da astronomia, faço, no meu modo de ver, uma referência a uma incrível coincidência ocorrida no Renascimento. A quase contemporaneidade da convivência de um extraordinário quinteto que, com as bases lançadas nas ilhas Jônicas, deram um gigantesco passo para o crescimento da ciência. Os cinco gigantes são: Nicolau Copérnico (1473-1543), Tycho Brahe (1546-1601), Johannes Kepler (1571-1630), Galileu Galilei (1564-1642) e Sir Isaac Newton (1643-1727). No próximo artigo, História da Observação Astronômica – Parte VI, descreveremos os trabalhos desses gigantes da ciência e a importância dos mesmos para a astronomia moderna.

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